Por Ana Carolina Ferreira
Neste ano definimos aqui internamente que iríamos nos posicionar mais e de forma mais direcionada sobre as soluções educacionais que ofertamos e tudo o que isso envolve – nossas metodologias, concepções, bastidores, inspirações e muito mais. Para nós, tem sido muito importante - depois de uma longa trajetória de aprendizados e conquistas - dizer ao mundo o que e como fazemos o que fazemos.
Nesse sentido, a pessoa que vos escreve fez uma lista de possíveis temas que gostaria de escrever, de assuntos que gostaria de compartilhar, de experiências que achava importante relatar. Pensar no macro para depois estruturar o micro tem muito de como eu funciono dentro e fora da educação. Mas aí, olhando minha lista para poder escrever o próximo texto para o blog, senti falta de uma coisa muito importante: contar um pouco sobre como cheguei até aqui! Falar do meu “eu educadora”.
Brincar de escolinha, ser monitora das professoras, ajudar meus amigos com as demandas e dificuldades escolares faz parte não só da minha biografia, mas revela muito de mim! Mesmo antes de fazer minhas escolhas profissionais – sim, não se faz apenas uma, mas várias escolhas que constroem nossos caminhos – eu já era educadora em sua mais genuína essência. As minhas escolhas concomitantes na juventude em cursar uma licenciatura e em ser uma educadora popular parecem, aos olhos de quem me conhece, até naturais.
Ser educadora para mim sempre foi além de uma profissão e, talvez por isso, eu tivesse tido até pouco tempo atrás dificuldades de responder às pessoas com o que eu trabalhava. A própria Partilha sofreu efeitos disso em tantas atualizações de documentos, sites e até de nome. Ser educadora, para mim, é atuar pela transformação individual e social promovendo ações educativas. Difícil descrever isso em uma profissão ou cargo, não é mesmo?
Isso é ao mesmo tempo tão forte, tão simples e tão complexo que não saía exatamente assim da “minha boca” até algum tempo atrás. Há alguns meses, respondendo a um questionário sobre mim, uma das perguntas era sobre coisas que poucas pessoas sabiam a meu respeito. Sem saber o que responder, pedi ajuda ao meu namorado, que disse: “que você acredita tanto nas pessoas, que sua empresa (seu projeto de vida) é totalmente voltada pra mudança de vidas através da educação.” Foi a melhor definição de educadora que eu ouvi e veio de alguém que nem dá área é! Rsrs. Mas, ainda assim, eu tinha dificuldades de explicar “o que eu faço”, até que compartilhando minha trajetória em um programa de desenvolvimento um colega me disse: “você é educadora e ponto!”
Ser educadora transcende uma profissão, um empreendimento, um trabalho. Ser educadora em projetos sociais, em empresas, em escolas, cursos técnicos, cursos de línguas, na educação infantil, em programas de liderança, em formação de educadores - sim, já atuei em todas essas áreas – é trabalhar em conjunto com as pessoas em prol do nosso desenvolvimento.
Ser educadora transcende a minha atuação profissional porque diz de como eu vejo o mundo. Diz de como eu me comporto e o que espero. Diz de quem eu sou transformada por todas as oportunidades de desenvolvimento que a educação dentro e fora da escola me proporcionou.
Aquela menina que dava aula para as bonecas tem, com certeza, muito orgulho da profissional e da pessoa que eu sou hoje, porque a educadora aqui presente se fez no encontro com as pessoas, na incansável busca pelo desenvolvimento, na crença sempre presente na transformação. Aquela menina já sabia que era na educação que ela iria trabalhar, mas mal sabia ela que a educação a transformaria tanto! Prazer, sou a Ana Carolina, Educadora!